Minha
alma está vazia, semimorta,
Sombria, metafórica, acabrunhada.
Sem sol, sem claraboia e sem porta.
Minha alma está oclusa. Está fechada.
Tentei
abrir os trincos da anteporta, Rangeu
como uma dor enferrujada,
Empurrei a janela. Estava torta.
Prendi meu coração. Não vejo nada.
Sei que
lá fora o sol está sorrindo. Há cores
no jardim... Que dia lindo!
E eu aqui fechada no meu ser.
Preciso
sair desta clausura
Sentir na alma a brisa da doçura.
Vibrar os sinos de um feliz viver.
Rio, Jailda Galvão
Aires.