Ainda estou aqui. Não me ignore...
Não sei se hoje é hoje, ou,
amanhã,
A noite que passou já não me
aflore.
Não sei quem é meu pai ou minha irmã.
Tenha paciência não me apavore
Se encharquei o chão ou o divã
Minha memória aos poucos
descolore
Despojo minha roupa meu sutiã.
Não se zangue se esqueço o teu
nome
Se me perco na rua, ou no
jardim,
Se sais correndo a indagar por
mim.
Te embalei e meu seio saciou tua
fome
Te ensinei a andar com zelo e
com afeto
Hoje eu sou tua filha, irmão, ou
neto.
Jailda Galvão Aires.Rio, maio/2025