Mãe é a correnteza, o mar, a fonte,
É a terra viva, é o barro, é o chão,
É o sol que cintila no horizonte,
É a chuva, o sereno, a viração.
Mãe é o matiz que borda o monte,
É o cristal, a rocha, a estação.
É o degrau, a estrada, é a ponte,
Que une a terra e o céu em oração.
Mãe é o mel que adoça a vida,
É o riso, é a lágrima comovida,
Que rege o mundo ao ninar o berço.
É a terra fértil que semeia e safra,
Mãe é quem agasalha e quem abraça.
É a força que rege o universo!
Jailda Galvão Aires
Escolhi você entre mil amores,
Saber o porquê, só o coração.
Confessaria repleta de fulgores,
Se eu pudesse explicar qual a razão.
Escolhi você entre tantas flores
O meu jasmim ainda em botão.
Irei contigo para onde fores.
O amor se vive sem explicação.
Serei a Rute seguindo a Noemi.
Serás minha luz e eu a tua meta
Se tu ficares eu fiarei contigo.
Serás Peri e eu serei Ceci.
Serás Romeu e eu a Julieta,
Serei tua casa e tu meu doce abrigo.
Jailda Galvão Aires 15/08/2024
Esperar-te-ei no céu
entre as estrelas
Se a morte um dia me levar primeiro.
Colhe pelo caminho as flores belas
Perfuma assim o nosso travesseiro.
Fecha a porta para
escondê-las
Será nosso só nosso o
doce cheiro
Descerei de longe só
pra vê-las
Zela por elas como um
jardineiro
Em cada flor, plasmado eu deixarei,
Versos de amor.
Colhe-os. São meus.
Esta é a prova que não há
partida.
Docemente um beijo eu soprar-te-ei
Sentirás adoçar os lábios teus.
Selando nosso amor por toda a vida.
Jailda Galvão Aires
Com as asas vergadas e quietas
A águia se esconde no alto monte
Vendo a água a rolar como uma fonte
Cobrindo a terça parte do planeta
O anjo toca mais uma trombeta
E a estrela de Absinto cai fuzilante
Inunda casas e arrasta pontes.
Incendeia os rios e as florestas
Vendo que o homem besta-fera insana
Não escutou nem mesmo Ezequiel
Um anjo lhes tomou a face humana
Desceu rasante pra salvar a Terra
Com a espada flamejante de Miguel
A paz mais uma vez venceu a guerra.
Rio, 09/05/2024.Jailda Galvão Aires
