Arquivo do blog

terça-feira, 4 de julho de 2023

A MORTE DE UM HOMEM (41)

"Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade".

Quando um homem morre, uma biblioteca,

Desfalca um livro em sua prateleira.

Um rio caudaloso aos poucos seca.

Uma lenha desprende da fogueira.

 

O café fumegante esfria na caneca

Perde o sabor e o cheiro da chaleira

Fecha-se o botão da última beca

Cala-se o som de uma vida inteira.

 

Uma árvore desaba na floresta

A mata se cala, o pássaro emudece.

As luzes se apagam na cidade

 

Ouve-se o som da última orquestra

Morremos juntos no ardor da prece

Pois somos parte da humanidade!

        Jailda Galvão Aires 


 

"A VIDA nÃO É UM MAR DE ROSAS" (40)

 Ora, “a vida não é um mar de rosas”

 Nem poderia. As rosas têm espinhos

 O mar tem ondas calmas e impetuosas

 O amor tem divergências e carinhos.

 

 Não. “A vida não é um mar de rosas”

 Flores enfeitam orlas dos caminhos,

 Tem maciez nas pétalas formosas

 Mas picam qual abelha em torvelinho

 

 Ninguém respira a vida plenamente

 Em brancas nuvens calmas e macias...

 Navegamos por mares diferentes.

 

 Existem flores lindas e perfumadas

 Dias quentes e extensas noites frias

 Cactos afloram em qualquer estrada.

           Jailda Galvão Aires

sábado, 1 de julho de 2023

O DOCE SABOR DO INVERNO (39)

 O inverno também tem seus encantos.  

A alva neve caindo sobre os montes,

Nuvens bordando o céu rendando os mantos

Que se estendem por sobre os horizontes.

 

Para os amantes há sabores tantos,

Nos cálices de vinhos espumantes

Os dois juntinhos, a lareira a um canto,

Deliciando beijos inebriantes.

 

O doce sabor que traz o inverno

Açucarado nos beijos trocados

Traz a esperança de um amor eterno

 

É o pulsar em cada coração

Viver intensamente e ter amado

Mesmo que dure só uma estação.

        Jailda Galvão Aires

terça-feira, 27 de junho de 2023

MEU ORGULHO (38)

Sou orgulhosa, eu sei e esta aspereza,

Nasceu duma vontade, um pudor.

Escolher entre mil, um que mereça.

A glória de ter só para si o meu amor.

 

Sou orgulhosa, eu sei e esta defesa,

Nasceu de uma vontade. Ser quem sou

Trago no coração toda a certeza

De encontrar quem me queira com ardor.

 

E se pra ninguém ergui o meu olhar

Se nunca um só momento eu deixei

De ser a borboleta para ser a larva

 

Se a ninguém beijei ou disse amar

A este eu darei o trono de um rei

E serei a mais doce das escravas. 

Coaraci 02/05/1969

Jailda Galvão Aires

 

segunda-feira, 26 de junho de 2023

VIL METAL (37)

O homem que nesta vida passageira,

Tem como robe armazenar riqueza,

Faz da fortuna a sua companheira.

Perde  sua essência para a avareza.

 

Não percebe que a vida é tão ligeira,

Quão maravilhosa é a natureza,

A esposa é uma estrangeira ...

Trata os filhos com maior crueza.

 

Vive a armazenar o vil metal,

Sem lembrar que a a alma é vida eterna

Que a morte chega e não levamos nada.

 

Tudo passa como um vendaval.

O corpo esvai sozinho numa caverna,

Sequer uma flor na última morada.

Jailda Galvão Aires 

      BIBLIOTECA MUNDIAL DE LETRAS Y POESIA

SONETO EM SINFONIA

TEMA:  QUE NINGUÉM BUSCA CONSCIÊNCIA, e TODO MUNDO BUSCA DINHEIRO (Auto Lueitânea - Gil Vicente) 

PARTICIPANTE : Jailda Galvão Aires 

sábado, 24 de junho de 2023

SEM RUMO (35)

 Fiquei a meditar despercebida

Descrente... caminhando sem parar.

Entre as ruas e esquinas desta vida,

Ouvindo os meus passos ao caminhar.

 

Parti sem esperança. Adormecida.

Nos sonhos, esqueci o que é sonhar.

Perdi o rumo... Andei sem despedida,

Sem destino, e sem hora pra voltar.

 

Senti sozinha... A vida em mim ardia

Carente, eu caminhava e em meu regaço,

Pensava em ti... Morrendo de paixão.

 

 Dobrei a rua... Não, não era fantasia!

 Você estava ali, sorrindo e num abraço.

 Pulsamos juntos num só coração.

Academia: 2023
 

sexta-feira, 23 de junho de 2023

TEMPO E ESPAÇO (34)

 O tempo de um segundo ou uma era

Nem sempre é preciso ou linear

Nascem flores não sendo primavera

Chuvas caem num verão de abrasar

 

Existem dias de uma longa espera

Horas parecem que não vão passar

Mover o tempo, ai meu Deus, quem dera!

Deter as horas sem procrastinar.

 

Segundos marcam uma eternidade,

Quando se espera a pessoa amada

O filho amado que está distante

 

Dura um instante a felicidade

O luto vara a noite e a madrugada

Ninguém detém o tempo ,o espaço, o instante.

          Jailda Galvão Aires

VERDADEIRO AMOR (101)

O verdadeiro amor transpõe barreiras. Percorre o céu alcança o infinito Nada o limita, não tem fronteiras. É imortal, esplêndido, bendito. N...