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sábado, 12 de abril de 2025

ARDENDO EM BRASA (94)

 Envolve-me ao teu corpo por inteira

Deixa o suor molhar nossos lençóis

Mesmo que seja a noite derradeira

Giremos ao luar quais girassóis.

 

Que o teu corpo seja uma lareira

Preso ao meu corpo como cachecóis

De cetim macio, sobre uma esteira,

Unindo a pele quais dois caracóis.

 

Deixa que o tempo pare nesta hora,

O instante é curto. Não demora.

Vivamos o prazer que nos abrasa

 

A vida é só um sopro. Logo esmaece

Uma noite de amor ninguém esquece

Ficará em nosso corpo ardendo em brasa.

           Jailda Galvão Aires

           

LUA E FLOR (93)

 Eu olhava como a lua deslumbrante

Insinuante, mirava-se no rio.

Eu amava como a flor exuberante,

Vibrante, olhava o céu com arrepio.

 

Lua prateada - flor de luz brilhante,

Arfante como flor no céu se viu.

A lua desce a terra num instante

Abraça a flor em doce corrupio

 

No galho verdejante a lua posou

Unificadas pelo mesmo amor

Dão-se as mãos numa amizade eterna

 

A flor nevada e a lua prateada

Do mesmo DNA foram formadas

A lua é flor do céu. A flor lua da Terra.

        Jailda Galvão Aires


 

       

 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

BODAS DE OURO ( Antonio e Jailda) (92)

 Bodas de Ouro, hoje completamos.

Eternos anos de coexistência

Ondas revoltas, juntos, enfrentamos,

Resistimos com fé e sapiência.

 

Vieram os filhos a quem tanto amamos.

Quatro jóias da mais pura essência,

Criados com amor nos firmes ramos,

Prêmio que Deus nos deu, por excelência.

 

Meio século não são cinquenta dias

São anos de tristezas e alegrias

Anos vividos e anos porvindouros

 

Refinado metal na comunhão,

Fomos Trigo, Cristal, Prata, Latão,

Esmeralda, Granito...Bodas de Ouro.

  Rio, 15/02/2025. Jailda Galvão Aires

sábado, 11 de janeiro de 2025

AINDA ESTOU AQUI (alzheimer) (91)

Ainda estou aqui. Não me ignore...

Não sei se hoje é hoje, ou, amanhã,

A noite que passou já não me aflore.

Não sei quem é meu pai ou minha irmã.

 

Tenha paciência não me apavore

Se encharquei o chão ou o divã

Minha memória aos poucos descolore

Despojo minha roupa meu sutiã.

 

Não se zangue se esqueço o teu nome

Se me perco na rua, ou no jardim,

Se sais correndo a indagar por mim.

 

Te embalei e meu seio saciou tua fome

Te ensinei a andar com zelo e com afeto 

Hoje eu sou tua filha, irmão, ou neto.

  Jailda Galvão Aires.Rio, maio/2025


sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

LUA LIBÉRRIMA (Tautograma)(90)

Luzes luzentes - lua luminosa!

Lampejando luz límpido luar  

Lumes, lilases, linda, luxuosa.

Louva-a-deus libélula láctea

 

Libera lumes lua livre lustrosa 

Louçã, lírica, leve, luminar

Lisonjeira lajeia lacrimosa

Levando luz luzente latejar

 

Liberta lua, límpida, loante.

Luna luzente, lua luminária 

Lúcida lua, longânime lendária 

 

Lavínia, Luna, Lasya lampejante,

Lua Livana, Lídima, lindérrima

Louva Laima, louçã, livre, libérrima! 

      Jailda Galvão Aires. Rio 01/2025

Laima (Deusa do destino)

Lasya (Dança suave e lírica, Ternura))

Lídima (genuína, verdadeira)

Livana (pura)

Loante (aquele que louva)

Louçã (adornada) 

Lucinete(aquela que brilha, cheia de luz)

Luna (lua)

Lunita (Rainha da noite)

Lakshmi , deusa da fortuna, boa sorte, beleza e saúde. 

sábado, 16 de novembro de 2024

CONQUISTANDO ESTRELAS (89)

 Na nave do meu tempo atemporal

Na minha insanidade tresloucada

Adentrei uma estrela virginal

Deixei minha bandeira ali fincada

 

Conquistei o espaço sideral

Cosmonauta sem nave e sem escada

Era a mais bela estrela divinal

Próxima à lua pasma, extasiada!

 

A lua com nevrálgica beleza

Desnudou-se inteira deslumbrante

Pleiteando seu dote de rainha

 

Estática, planei ante a realeza,

Olhando o prata-douro estonteante,

Voltei à Terra lunática e sozinha.

    Jailda Galvão Aires

Postada na Albap 11/12/2024

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

FANTASIA (88)

  Você surgiu de um súbito lampejo

  Um sonho real de noites repetidas

 Num estalar de dedo, num adejo

Aterrissou de vez na minha vida.

 

Você foi posse, amor, louco desejo,

Meu eu total, minha ilusão querida.

Derramei-me nos seus molhados beijos.

Numa entrega  sôfrega, incontida.

 

Você foi meu, minha ilusão,meu acalento,

Meu sol, meu céu, meu mar, meu pensamento. 

Pra acabar num adeus tão frio e mudo.

 

 Se hoje não é mais nada é só porque,

 Nunca fui nem um dia para você,

 O que foste pra mim, meu ser, meu tudo.

 (Ilhéus – Bahia. 1968)

VERDADEIRO AMOR (101)

O verdadeiro amor transpõe barreiras. Percorre o céu alcança o infinito Nada o limita, não tem fronteiras. É imortal, esplêndido, bendito. N...