Os meus punhos estão acorrentados,
Meu corpo, sem vigor, não vibra mais...
Perdi a alegria dos anos dourados,
Já não sou eu quem vive - são meus ais.
Fui livre e percorri por lindos prados
Sobrevoei o céu em voos colossais
Fui fada, borboleta, um ser alado
Transformei sonhos e os tornei reais.
Já não sou quem eu fui. Ai, quem me dera,
Plasmar a vida numa primavera
Libertar-me de vez desta clausura
A vida passa e com ela os sonhos
Sonhos que vivi livres e risonhos,
Hoje atrelados aos fios da censura.
Jailda Galvão Aires. 02/01/2024