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sábado, 4 de maio de 2024

MÃE MENININHA (63)

Um dia minhas mãos foram tomadas

Entre as mãos mais doces que acolhi,

As mãos de Menininha eram de fadas

Acolchoadas com fios de rubi.

 

Olhando nos meus olhos, fui abraçada

Por um calor que nunca me esqueci.

“_ Das águas tu és. Traça tua estrada.

Ninguém te prende aqui e nem ali.

 

Faz conchas em tuas mãos, enche-as de água.

 Verá ela escorrer entre os teus dedos

A Rainha do Mar, filha, é o teu rochedo.”

 

O tempo passou entre risos e mágoas.

Deixei escorrer meus sonhos vida afora...

Abri as mãos. – Toda água foi embora.

 

 Rio, 15/05/2024; Jailda Galvão Aires

JÁ NÃO SOU QUEM FUI. (62)

Meu coração já não mina. Está quieto.

Retorcido. As lágrimas secaram.

Não fluidifica este mal secreto.

As dores não sei como... Exacerbaram.

 

O meu viver de tão irrequieto,

Aquietou-se às dores que ficaram.

Fustigada, já não mais desperto,

Todos os sonhos que sonhei quedaram.

 

Não sou a mesma que fui, na mocidade.

Perdi o ânimo da mais tenra idade

Meu coração era tão rico e esvaziou.

 

Perdi os elos com o meu passado.

Meu ser que era tão iluminado

Cravado está. Já não sei quem sou.

   Jailda Galvão Aires.. 

    Rio, 04 de maio de 2024


terça-feira, 30 de abril de 2024

O BERRO DA TERRA (61)

 Alcançando o ápice da Terra

Meu grito ecoa por todo o infinito

Por igualdade a minha alma berra

Nesta esfera só o Pai ouve o meu grito!

 

Planarei a mais íngrime das serras

Ao céu enviarei meu manuscrito

Deus exterminará pra sempre a guerra

E todo sofrimento dos aflitos! 

 

Milícias do céu com Miguel adiante,

Descerão ao planeta- à voz de Deus,

Legiões com espadas flamejantes.

 

Só o céu abaterá a inumana fera,

Salvando da loucura os filhos seus

Trazendo paz e luz à nossa Terra!

Jailda Galvão Aires


 


segunda-feira, 29 de abril de 2024

Nulla dies sine linea.(Nem um dia sem linha) (60)

   Criança, risque e rabisque o seu caderno,

  Um sol dourado nascendo atrás da serra!

  O sorriso do pai, o rosto materno.

  Um mundo de paz, sem arma e sem guerra.

 

  Poeta, verse o amor que o amor é eterno. 

  Toda a beleza que vida encerra,

  Cante o verão. Dance no inverno.

  Ame as flores gentis da primavera! 

 

  Artista pinte  os muros da cidade 

  Com traços firmes, mostre as mazelas,

E a divergência da sociedade. 

   

 Que todo dia a musa inspiradora

 Quer na cidade, no campo ou na favela,

  Deixe a vida mais bela e encantadora!

                Jailda Galvão Aires

 Evento de Efepê Oliveira e Grupo Literário Caderno de Rascunho

Grupo Literário Caderno de Rascunho
V Evento Virtual Literário "Nulla dies sine linea."

Comissão Organizadora: Efepê Efe OliveiraSandra Mara Mardones

 

DEBULHANDO A DOR (59)

 Fui alegre e feliz, eu tive a vida.

A vida que sonhei na mocidade.

Tive amores, cantei, fui aplaudida

Transformei sonhos em realidade.

 

Ouvi versos de amor e fui ouvida

Vibrei a vida na mais tenra idade

Fui amada e também fui preterida

Se de amores sofri, deixei saudade. 

 

Sorri pra vida e a vida me abraçou.

Se eu chorei, alguém por mim chorou.

E assim vivi guardando cada dia.

 

Plantei flores por todos os caminhos...

Se eu ferir as mãos em alguns espinhos,

Debulho toda a dor. Filtro a alegria.

        Jailda Galvão Aires


 

terça-feira, 16 de abril de 2024

CAMUFLAGEM (58)

 Quem nunca ornou para a felicidade,
Um leito azul, um róseo cortinado,
E ao despertar encontra ao lado,
Mordaz tristeza a exalar saudade?


Quem não viveu na vida belos dias,
Com mãos entrelaçadas, ao luar,
E hoje olhando o céu  ao caminhar
Percebe as mãos geladas e vazias.


Quem nunca ouviu em plena madrugada
Bonita voz intensa e apaixonada...
Cantando uma canção de amor tão bela?


E ao correr feliz em direção à rua,
Buscando o amor na luz que emana a lua,
O vê cantando aos pés de outra janela.
                    Coaraci - 1972


VERDADEIRO AMOR (101)

O verdadeiro amor transpõe barreiras. Percorre o céu alcança o infinito Nada o limita, não tem fronteiras. É imortal, esplêndido, bendito. N...