Um dia minhas mãos foram tomadas
Entre as mãos mais doces que acolhi,
As mãos de Menininha eram de fadas
Acolchoadas com fios de rubi.
Olhando nos meus olhos, fui abraçada
Por um calor que nunca me esqueci.
“_ Das águas tu és. Traça tua estrada.
Ninguém te prende aqui e nem ali.
Faz conchas em tuas mãos, enche-as de água.
Verá ela escorrer entre os teus dedos
A Rainha do Mar, filha, é o teu rochedo.”
O tempo passou entre risos e mágoas.
Deixei escorrer meus sonhos vida afora...
Abri as mãos. – Toda água foi embora.
Rio, 15/05/2024; Jailda Galvão Aires